sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Cidade dos Homens - O Filme

Esta resenha eu fiz para o boletim eletrônico da Vereadora Aladilce Souza:

O Rio de Janeiro das belas praias, do Cristo Redentor, do sol e do calor. O Rio dos morros, da troca de tiros entre policiais e bandidos e entre os próprios criminosos. Os dois Rios podem ser encontrados no filme “Cidade dos Homens”, mas a realidade das favelas é o que predomina na história.

“Cidade dos Homens” não é o primeiro filme a mostrar as disputas internas, a violência e o cotidiano de quem vive nos morros. “Cidade de Deus” foi a obra que mais repercutiu nesta temática, dando visibilidade internacional ao diretor Fernando Meirelles. Contudo, “Cidade dos Homens” distingue-se de “Cidade de Deus” por não se tratar da história do lugar e construção da comunidade, mas sim, da vida de Acerola, interpretado por Douglas Silva e Laranjinha, personagem de Darlan Cunha.

Os meninos finalmente se tornaram homens como está dito no título da série e do filme. Acerola tem um filho, tem que trabalhar para ajudar nas despesas da casa, sustentada pela esposa Cris, interpretação de Camila Monteiro. Laranjinha completa 18 anos, dirige moto-táxi e tem um grande desejo em sua vida: conhecer o pai. E é ajudando o amigo na busca pelo pai que Acerola fica sabendo um pouco mais sobre o seu próprio passado.

A vida no morro não pára enquanto a dupla de amigos está atrás do pai de Laranjinha. A guerra entre traficantes estoura no Morro da Sinuca e altera o cotidiano dos moradores da favela. Cenas que, infelizmente, já fazem parte da rotina dos noticiários brasileiros sobre a cidade do Rio de Janeiro.

“Cidade dos Homens” foi produzido pela O2 filmes, produtora do diretor Fernando Meirelles e dirigido por Paulo Morelli, um dos fundadores da O2 filmes. Morelli já tinha dirigido alguns episódios da série e foi o responsável por levar a história para o cinema. Ele utiliza recursos interessantes de câmera, planos, ângulos de filmagem. Um bom exemplo disto são as cenas iniciais da obra, com personagens desfocados no primeiro plano e a câmera focada na praia carioca.

O filme tinha tudo para ser apenas mais um episódio da série, mas consegue desenvolver uma trama que não foge ao que já foi mostrado na TV, mas não fica preso a ela. As referências da televisão estão presentes, foram usadas imagens da série para que o passado dos meninos não fosse esquecido, mas, além disto, quem vai ao cinema é apresentado ao presente e ao início do futuro dos dois amigos.

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