sexta-feira, 22 de junho de 2007
Carreiras estréia na TV e no Cinema
Carreiras é um filme que inova logo de início. Foi lançado ao mesmo tempo no cinema (na verdade o filme entra em cartaz nos cinemas nesta sexta-feira) e na televisão, sendo a primeira obra cinematográfica brasileira a se arriscar por estes caminhos. Como disse a atriz Priscilla Rozenbaum (Amores, Separações, Feminices) é perigoso, pensando-se financeiramente, fazer isto com um filme independente, mas ela e seu marido Domingos de Oliveira (Todas as Mulheres do Mundo, Separações, Feminices) resolveram arriscar e na segunda-feira, dia 18 de junho, eles estrearam no Canal Brasil.
O filme começa com uma cena em que um grupo de amigos discutem sobre qual expressão artística é melhor: o cinema ou ou teatro. Parece ser uma cena gratuita, porém, esta discussão tem uma grande relevância e serve como função metalingüística dentro da obra, já que se trata de uma adaptação teatral às telas de cinema. Carreiras é inspirado na obra "Corpo a Corpo" de Oduvaldo Viana Filho.
A história retrata a vida da perturbada jornalista Ana Laura. Ana é curitibana, mas mora sozinha no Rio de Janeiro. Ela deixou a sua terra natal para exercer este ofício e, após anos de profissão, é trocada na apresentação de um telejornal por uma jornalista mais nova. Depois disto, a sua complicada estrutura psicológica fica ainda pior e o telespectador se vê perante uma trama de questionamentos pessoais e profissionais que se desenrola no decorrer de um dia. Há, inclusive, críticas aos bastidores do jornalismo. Em uma das cenas, vemos Ana conversando com seu ex-marido Esteves e ele diz para ela sobre sua obsessão em ser apresentadora do jornal: "Âncora é um bonequinho que é colocado bonitinho em frente da câmera para dizer notícias que um repórter sério fez".
Domingos de Oliveira na construção das cenas, opta, diversas vezes, por um ponto de vista não comum. Câmeras atrás do telefone por exemplo. A utilização recorrente destes recursos passa a impressão de que, algumas vezes, poderiam ter sido evitados e foram usados de forma gratuita sem que a cena exigisse ou pelo menos encaixasse aquele determinado ponto de vista.
Priscilla, que fez a mesma personagem no teatro, convence como a jornalista perturbada que está completamente entregue às carreiras de cocaína (Daí a ambigüidade no nome do filme, Carreiras, por tratar da carreira jornalística da Ana Laura e pelo fato dela ser viciada em pó). Por esta interpretação, Priscilla que possui uma consolidada carreira teatral, ganhou o Kikito de melhor atriz no ano de 2005.
Carreiras é uma boa história, uma obra independente e inovadora do ponto de vista comercial, não do ponto de vista da linguagem. Domingos de Oliveira conseguiu com os parcos 35 mil reais construir uma história com início, desenvolvimento, clímax e desfecho muito bem delimitados.
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