quarta-feira, 13 de junho de 2007
A Pedra do Reino
A ansiedade finalmente teve o seu fim ontem. Eu, noveleiro convicto, corri para chegar em casa e ver a adaptação do mais importante livro do autor Ariano Suassuna segundo ele mesmo.
Não me arrependi da corrida, o primeiro capítulo da série parecia ser uma pintura em movimento, cores fortes, cenário nordestino com nuances da realidade da região, mas também com traços indicativos que aquilo é sim, um cenário.
Com este desapego em mostrar elementos completamente naturais, como animais de verdade, Luiz Fernando Carvalho valoriza a imaginação dos telespectadores e leva a atenção deles para a atuação dos atores. Em sua maioria, nordestinos, com os sotaques característicos e não aqueles arremendos forçados que vemos em alguns trabalhos daquela mesma emissora. Outra questão importante no trabalho dos atores é a informação que eles passaram por uma oficina para minimizar os seus trejeitos e fossem para quase um estágio natural e a partir daí pudessem ser lapidados pelo diretor. Luiz Fernando se aproxima do teatrólogo russo Constantin Stanislawsky que defendia o personagem como segunda natureza do ator. Luiz minimiza a primeira natureza dos atores para que eles encarnem os seus personagem como sendo eles mesmos.
A Pedra do Reino vem para se juntar à Hoje é dia de Maria I e II, outras produções do autor, numa espécie de reinvenção das microsséries globais. Como disse Patrícia Kogut do O Globo, Luiz Fernando criou uma nova linguagem com estes trabalhos. Por mais que se imagine a dificuldade que alguns telespectadores podem ter em acompanhar a narração não convencional que fica entre o passado, o presente e a mente do narrador Quaderna, é necessário haver espaço para experimentações nos meios de comunicação brasileiros.
Na foto: Luiz Fernando Carvalho e Ariano Suassuna.
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Um comentário:
Ainda não vi! Vou primeiro assistir, e depois comentar. Só pra não perder o post, Luiz Fernano Carvalho é a cara de Benjamim!
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