domingo, 23 de dezembro de 2007

Depois de tanto tempo, mais um pouco de Gossip

Pois é, fiquei um tempão sem escrever aqui e na véspera do Natal, em vez de falar da festa em comemoração ao nascimento de Jesus, eu vou falar do episódio de Gossip Girl que foi ao ar na quinta-feira, mas que eu só fui assistir hoje.
Gossip possui uma temática que por si só já é bastante atraente, como cheguei a comentar no meu primeiro post sobre o assunto, mas ela consegue surpreender a cada episódio. Não li os livros homônimos, mas estou completamente viciado na série sobre os jovens do Upper East Side.
Pois bem, voltando ao episódio que me fez atualizar este troço aqui. Além da história de amor entre Serena e Dan, as tramas dos outros personagens pegaram fogo. E, para isto, foi essencial o episódio anterior que não havia sido dos melhores, mas que deixou várias deixas para serem utilizadas neste que eu vou comentar.
(Se não gosta de spoilers, pare por aqui. Sempre quis escrever isto).
Quem assistiu ao episódio da semana passada, acompanhou a entrada de Vanessa, ex-namorada de Dan, na história. Além disso, viu Nate beijando Jenny; Rufus e Lily, pai de Dan e mãe de Serena se beijando para, segundo eles, fazer ciúmes ao namorado de Lily, Bart Bass, pai de Chuck... Ahhhh, Chuck não entrou neste post, mas não vai demorar muito para entrar. Além disto, Nate encontrou cocaína nas coisas do pai.
Vou fazer a ordem das conseqüências dos acontecimentos na ordem que eu considero ser da coisa menos importante para a mais importante. A primeira que eu vou comentar é que Rufus e Lily estão cada vez mais próximos e terminaram o episódio desta semana observando estrelas que estavam sendo projetadas na galeria de Rufus. O que pode vir daí, não sabemos ainda. Digo isto, porque no capítulo desta semana, Jenny foi atrás da mãe, Alison, ex-mulher de Rufus, e disse a ela que estava na hora de voltar para casa. Confusão à vista!
Vanessa não conseguiu atrapalhar a relação de Dan e S., não ainda, mas já levou uns chega pra lá de Dan, porque estava atrapalhando muito. Eles tentaram ter a sua primeira transa, mas não conseguiram neste episódio.
Outra deixa aproveitada foi a do pai de Nate. Eles tiveram uma discussão pesada, porque Nate descobriu que seu pai está viciado. O pai que faz toda aquela pressão para ele assumir compromisso com Blair se descontrolou e deu um murro na cara de Nate. Para azar dele, dois policiais estavam passando na hora e Nate não contou conversa, disse para eles olharem no paletó de seu pai, onde ele havia guardado um pacote com pó. Eles encontraram a droga, levaram o pai dele preso, só que Nate não esperava pela informação que teria ao chegar em casa. Seu pai estava sendo investigado por fraude.
A última conseqüência deste monte de coisa é que Jenny contou para Blair que seu namorado a beijou achando que ela era Serena no baile de máscaras. Blair ficou com muita raiva, mandou Jenny embora e, não satisfeita, perguntou a Nate se ele a amava, ele balançou a cabeça negativamente e eis que a Wardolf ficou despirocada e resolveu dançar no novo empreendimento da família Bass. (Chuck e o pai resolveram investir em uma casa noturna chamada Victrolla, nostálgica e moderna segundo o Bass mais novo).
Além da dança, Blair resolveu perder a virgindade logo com quem? Com Chuck, numa cena memorável com direito à imagem com efeito de película e um hip hop como trilha sonora. Foi perfeita, podem acreditar.
Quem ficou desnorteado com tanta informação e não entendeu nada, eu sugiro que vá assistir Gossip enquanto há tempo. Para quem assiste, acho que já deve ter entendido o motivo deste episódio ter merecido tanto a minha atenção.

Gossip Girl vai ao todas as quintas-feira no Warner Channel às 20 horas, 19 horas em Salvador. Horários alternativos na sexta e aos domingos às 20 horas e à 1 hora da manhã, horário brasileiro de verão.

Neste link, estão disponíveis os episódios que já foram ao ar no Warner Channel: http://video.wbla.com/?idioma=por&idpais=5

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

As estréias nos canais fechados

Pois é, como é que se estuda com uma semana cheia de estréias nos canais fechados como foi esta semana? E olha que eu nem vi todas, só vi cinco, as que eu mais ouvi falar. (Na verdade, ficou faltando "Californication", mas vou me esforçar para ver, porque ouvi falar muito bem).
A primeira que eu vi esta semana foi "Samantha Who?" da rede ABC, transmitida pela Sony. Na série, Christina Applegate volta às nossas telas, interpretando uma mulher que foi atropelada, ficou em coma durante oito dias e quando desperta, descobre que era uma pessoa detestável. Ela, então, resolve mudar. O problema com "Samantha Who?" é que falta algo, nós damos até algumas risadas com a série, mas ela não é uma comédia propriamente dita, também não nos prendemos com o drama que a série pretende passar. Então o que ela é? Em qual categoria se enquadra? Pode ser que, nos próximos episódios, ela melhore, mas o fato é que para escrever este post, quase eu esqueci que tinha visto "Samantha Who?" nesta semana. Nos Estados Unidos, ela aparece com o maior índice de audiência entre as séries novas.
O problema em "Samantha Who?" é ainda maior, quando eu vejo que ela é a única que será criticada aqui. Gostei de todas as outras estréias. Vamos a elas. "Cane", da rede CBS e transmitida pela Warner, estreou no mesmo dia que a série com Applegate, não teve a mesma repercussão que as estréias de "Ugly Betty" e "Gossip Girl", mas parece ser bastante promissora e merece ser assistida. A trama é a seguinte, uma família cubano-americana, dona de grandes propriedades de cana-de-açúcar e uma fábrica de rum, está envolta em uma rede de intrigas, assassinatos e jogo de interesses. Além disto, chama a atenção desta ser a primeira série em que cubanos vivendo nos Estados Unidos e sendo bem sucedidos são os protagonistas, sem personagens estereotipados e com atuações convincentes.
Antes de falar das duas grandes estréias, vou falar de uma mais menorzinha, mas que é bem legalzinha, "Chuck", da NBC, transmitida pela Warner. Nesta série, um típico nerd norte-americano tem acesso a segredos de Estado e passa a ser perseguido e vigiado de perto por dois agentes de duas agências do governo americano. O legal nela é que, apesar das cenas de ação, a comédia se faz presente, principalmente, com o melhor amigo de Chuck.
Agora, vamos às duas principais estréias da semana. "Ugly Betty", da ABC, transmitida pela Sony, tem todos os ingredientes de um grande sucesso, já ganhou vários Emmys, Globo de Ouro, enfim, é um sucesso de público e de crítica. Quem assistiu "O Diabo Veste Prada" vai gostar desta série, o trama é muito parecido. A diferença é que o galã é o patrão, mas, como no filme, a grande vilã é uma ex-editora de uma revista de moda, no caso da série, da revista Mode. Chama a atenção o ator que faz o sobrinho de Betty, é muito engraçado ver o menininho afetado dando dicas de moda para a tia desengoçada, muito bem interpretada por America Ferrera
. Ainda, tem a ponta da produtora Salma Hayek, claro que ela não ia ficar apenas como produtora e aparece numa novela assistida por Betty. Parece ser esta a vez dos latinos, mais uma vez eles são os protagonistas, já que Betty é descendente de mexicana.
A outra série que chamou bastante a minha atenção, como eu disse, foi "Gossip Girl", da The CW e transmitida pela Warner, baseada em série de livros homônima da escritora Cecily von Ziegesar.
Quem não gosta de tramas com jovens, intrigas, fofocas, é melhor não assistir. Eu gostei muito, primeiro que" Gossip Girl" continua com um movimento começado por "The OC", ao mostrar, de maneira crítica, o mundo dos jovens ricos. Muitos estão presos a futuros desejados por seus pais, bebem muito, dão vexame, fumam maconha e outras coisas típicas do mundo juvenil, bem diferente de Malhação, em que todos os jovens bebem suco de laranja e que só vão às festas do colégio. Outra coisa que me agradou bastante foi o uso do narrador onisciente, a "Gossip Girl", a blogueira que sabe todos os acontecimentos em que se envolvem Serena, Blair, Dan e Nate. Além das atuações, a trilha sonora pop também agrada e muito.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O Sistema

Se o que você procura é uma série em que você vai rir o tempo todo, melhor desistir e procurar outra opção. A série "O Sistema", a mais nova investida do casal Alexandre Machado e Fernanda Young junto com Selton Mello (parceria começada em "Os Aspones"), opta em fazer uma comédia que não procura apenas fazer piadas, mas também contar uma história inteligente, onde as piadas se inserem de forma sutil. A série estreou hoje, dia 02 de novembro, e parece que vai fazer uma caminhada interessante com o tema principal de criticar O Sistema. Este que parece reger a vida de todas as pessoas atualmente.
Um ponto que merece ser elogiado neste primeiro capítulo é os atores. A escalação de elenco foi fantástica, até aqueles que estão começando na TV nesta série, como Gregório Duvivier (Professor Avenarius), Lúcia Bronstein (Trash) e Maíra Dvorek (Paca) aparecem completamente à vontade em seus papéis, sem exageros na interpretação. Ponto para o diretor José Lavigne. Ele, o casal de roteiristas e Selton merecem mais elogios, pois foi divulgado que os atores tiveram total liberdade para improvisar e desenvolverem os seus textos. Os autores apenas orientam o elenco e a direção com uma breve descrição da ação, mas deixam várias falas por conta dos próprios atores.
Claro que certos padrões usados pelo casal Machado - Young foram reutilizados, como os flashbacks e flashforwards usados em "Os Normais", mas nada que tenha sido de graça ou que desabone "O Sistema".
Selton Mello (Matias) encabeça um elenco que tem outros nomes de peso como Ney Latorraca (Katedref), Zezé Polessa (Valquíria), Betty Goffman (Greta), Graziella Moretto (Regina) e Maria Alice Vergueiro (Leda). Maria Alice volta a fazer televisão depois de muitos anos e depois do sucesso do vídeo "Tapa Na Pantera". Agora é conferir se a série vai continuar com o fôlego apresentado neste primeiro episódio ou se vai desandar.
Queria deixar um vídeo da série, mas não encontrei nada no youtube, então por enquanto, vai só o site do programa: www.globo.com/osistema

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A minha faculdade está no poder. Imagine que sensação engraçada esta de ver seus professores assumindo posições nas estruturas do governo estadual, exatamente, na secretaria estadual de Cultura, sob a tutela do ex-diretor teatral Márcio Meirelles. Por sinal, haja críticas sobre a gestão de Márcio, mas me parece que muitas delas têm a mesma origem que a críticas sofridas pelo ministro Gil no início de sua gestão, quando ele resolveu distribuir melhor os recursos, descentralizando-os da região Sudeste e passando mais verbas para a região Nordeste.
Voltando aos professores da FACOM. Primeiro, foi convidada a professora Giselle Nusbaummer, de Produção Cultural, para assumir a Fundação Cultural do Estado. Muitos disseram ser esta uma indicação do ex-diretor da nossa faculdade Albino Rubim. Este, que continua sendo professor da graduação e da pós da Faculdade de Comunicação, tomou posse hoje como conselheiro estadual de Cultura. E, para encerrar a lista de professores que chegaram ao poder, tomou posse junto com Albino no Conselho Estadual de Cultura o professor, ex-deputado estadual pelo PT e membro do Diretório Nacional deste partido, Emiliano José.
Não tenho uma opinião formulada sobre a entrada destas pessoas no governo estadual não. Na verdade, o Conselho não é propriamente uma instância do governo, mas sim fomentadora de discussão sobre políticas públicas na área de cultura. Quanto a isto, estas pessoas pautaram as suas atividades acadêmicas na discussão sobre a cultura e políticas culturais. Lógico que chegam ao poder por isto e também como é sabido por todos, Albino tem um afinamento ideológico com o PT e Emiliano, nem precisaria dizer nada, já que ele é filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Torço para que a gestão da nova secretaria dê certo e que os professores possam contribuir com uma melhor política cultural, afinal de contas, a cultura do estado não é a cultura de Salvador e, muito menos, cultura deve ser confundida com turismo como acontecia nas gestões do PFL.

sábado, 13 de outubro de 2007

"Tropa de Elite, osso duro de roer..."

Estreiou ontem em Salvador, o filme mais polêmico da atual temporada do cinema nacional, "Tropa de Elite" do diretor José Padilha. Polêmico pelo tema e por ter sido assistido, em cópias piratas, por milhares de espectadores antes do lançamento oficial. Nesta época de discussão sobre a ética do senado, nada melhor do que a sociedade brasileira, em peso, mostrar que tem distorções em relação à ética. Ela acredita que pode ver o filme, ao mesmo tempo em que pede a postura ética de Renan e dos políticos. Hipocrisia que recebe uma forte crítica do filme, quando mostra parte da classe abastada do país se envolvendo em passeatas pela paz, ao mesmo tempo em que financia o tráfico. Na verdade, para o principal personagem do filme, a situação daqueles que nascem com todos os privilégios e, mesmo assim, preferem a vida do crime estão num patamar pior do que os pobres que são compelidos para o tráfico e outros delitos. Claro que existem outros elementos que precisam ser adicionados a esta discussão como a descriminalização das drogas, mas uma coisa não anula a outra.

Além da hipocrisia, a película, baseada no livro "Elite da Tropa" de Luiz Eduardo Soares, proporciona ao espectador um raio-x da atual situação da violência no Rio de Janeiro, apesar da data inicial se reportar ao ano de 1997. José Padilha já havia mostrado ao país o retrato de um episódio triste da violência fluminense com o documentário "Ônibus 174" que contou a trajetória do seqüestrador Sandro, vítima da violência e também causador dela. Sandro foi um dos sobreviventes da Chacina da Candelária, além disto, perdeu os pais ainda criança. Padilha foi brilhante naquele filme e consegue manter este brilhantismo no “Tropa de Elite”. Claro que alguns recursos como narração no início do filme, por ser muito óbvio e pouco inteligente, poderiam ter sido evitados, mas de uma forma geral, esta obra cinematográfica é muito bem dirigida, os atores estão à vontade em seus papéis e Padilha ainda busca espaços para inovações em uma área cujos recursos de linguagem estão pré-determinados por outras experiências como Cidade de Deus, Cidade dos Homens e Carandiru. Obras que se aventuraram na temática sobre a violência urbana brasileira. Um exemplo disto é quando, em uma cena, o sangue respinga na tela da câmera, algo que poderia ser classificado como grotesco, mas que ficou bem na tela, mostrando a habilidade do diretor.

O diretor ainda é responsável por apresentar ao Brasil o controvertido Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, uma espécie de “herói nacional” que não se furta em utilizar a tortura, no Batalhão de Operações Especiais, o BOPE, a Tropa de Elite da Polícia Militar fluminense, em suas investidas nas favelas do Rio. A tortura é, infelizmente, recurso utilizado comumente pela polícia na guerra travada nas ruas dos morros do Rio, precisa ser evitada a todo custo, mas não poderia estar de fora do filme.

Wagner, que já mostrou ser um dos melhores atores da atual safra baiana, ao lado de Lázaro Ramos, Vladimir Brichta, entre outros, está impecável no papel. Os duros treinamentos surtiram um resultado bastante convincente nas telas de cinema. Tanto Wagner quanto outros atores merecem elogios. Caio Junqueira precisa ter a sua participação destacada como o aspirante Neto e André Ramiro como o policial André Matias. O elenco ainda conta com as participações de Fernanda de Freitas (Roberta), Fernanda Machado (Maria), Fábio Lago (Baiano) e grande elenco.

Além disto, o filme consegue desenvolver a narrativa de forma muito bem encadeada, sem deixar muitas brechas, dando a impressão de terem sido mantidas apenas as cenas essenciais para o filme, sem deixar aquela sensação de enrolação. O filme acaba exatamente onde deveria acabar e da forma que deveria acabar.

Confiram o trailer:


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Morre Paulo Autran

Paulo Autran era uma destas figuras ímpares que marcaram profundamente a área em que atuam. O ator começou a sua carreira junto com Tônia Carreiro e, se Bibi Ferreira é conhecida como a dama do teatro brasileiro, Autran sempre foi reconhecido como o senhor dos palcos, alguém que fazia do teatro a sua própria vida.
Não fez muitas novelas, se sentia muito mais
completo no teatro, mas nunca esqueceremos a cena antológica que ele fez em "Guerra dos Sexos", onde ele e Fernanda Montenegro, outro monstro sagrado de nossa dramaturgia, estavam tomando café da manhã e começaram, após uma breve discussão, a jogar comidas um no outro. Confiram a cena:

Paulo Autran morreu hoje aos 85 anos de idade, estava em cartaz em São Paulo com a peça "O Avarento" de Molière. Tinha um câncer no pulmão e havia saído do hospital na terça-feira após problemas intestinais.
Paulo influenciou gerações de atores e espectadores, fará falta, mas nós, brasileiros, temos muito que agradecer a este grande artista. Vejam uma cena da 90ª e última peça da brilhante carreira de Paulo Autran:

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O Mundo tem um Número Anormal de Dentistas

Hoje, estava mais uma vez, pensando sobre um acontecimento que só a Física Quântica pode ser capaz de explicar. Na verdade, não tenho muita certeza que ela seja capaz de explicar fenômeno tão atípico na história do Universo. Eu quero, simplesmente, que algum ser humano me explique de onde saem tantos dentistas?
Não que eu ache que há uma superpopulação de dentistas, longe disto, acho que sempre tem espaço para mais um, mas como é possível que quase 99% dos dentistas indiquem Sensodyne e Colgate ao mesmo tempo? Já repararam que as propagandas sempre dizem isto. "99% dos dentistas indicam Sensodyne". "A grande maioria dos dentistas indica Colgate Total 12". COMO ASSIM?! Quantos por cento e maiorias existem de dentistas?
Vou ajudar com uma sugestão. E não vou fugir nem das propagandas destas duas empresas do ramo dentário. Prometo. Esqueçam as maiorias, vamos falar na segunda parte aquela que diz assim: "Sensodyne é recomendado para quem dentes frágeis" e "Colgate Total 12 é indicado para o combate de 6 tipos de doenças bucais".
Pronto, tudo resolvido, ninguém avança na maioria de ninguém, criam-se dois nichos bem delimitados e o mais importante, nada de confusão na cabeça dos consumidores.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Cidade dos Homens - O Filme

Esta resenha eu fiz para o boletim eletrônico da Vereadora Aladilce Souza:

O Rio de Janeiro das belas praias, do Cristo Redentor, do sol e do calor. O Rio dos morros, da troca de tiros entre policiais e bandidos e entre os próprios criminosos. Os dois Rios podem ser encontrados no filme “Cidade dos Homens”, mas a realidade das favelas é o que predomina na história.

“Cidade dos Homens” não é o primeiro filme a mostrar as disputas internas, a violência e o cotidiano de quem vive nos morros. “Cidade de Deus” foi a obra que mais repercutiu nesta temática, dando visibilidade internacional ao diretor Fernando Meirelles. Contudo, “Cidade dos Homens” distingue-se de “Cidade de Deus” por não se tratar da história do lugar e construção da comunidade, mas sim, da vida de Acerola, interpretado por Douglas Silva e Laranjinha, personagem de Darlan Cunha.

Os meninos finalmente se tornaram homens como está dito no título da série e do filme. Acerola tem um filho, tem que trabalhar para ajudar nas despesas da casa, sustentada pela esposa Cris, interpretação de Camila Monteiro. Laranjinha completa 18 anos, dirige moto-táxi e tem um grande desejo em sua vida: conhecer o pai. E é ajudando o amigo na busca pelo pai que Acerola fica sabendo um pouco mais sobre o seu próprio passado.

A vida no morro não pára enquanto a dupla de amigos está atrás do pai de Laranjinha. A guerra entre traficantes estoura no Morro da Sinuca e altera o cotidiano dos moradores da favela. Cenas que, infelizmente, já fazem parte da rotina dos noticiários brasileiros sobre a cidade do Rio de Janeiro.

“Cidade dos Homens” foi produzido pela O2 filmes, produtora do diretor Fernando Meirelles e dirigido por Paulo Morelli, um dos fundadores da O2 filmes. Morelli já tinha dirigido alguns episódios da série e foi o responsável por levar a história para o cinema. Ele utiliza recursos interessantes de câmera, planos, ângulos de filmagem. Um bom exemplo disto são as cenas iniciais da obra, com personagens desfocados no primeiro plano e a câmera focada na praia carioca.

O filme tinha tudo para ser apenas mais um episódio da série, mas consegue desenvolver uma trama que não foge ao que já foi mostrado na TV, mas não fica preso a ela. As referências da televisão estão presentes, foram usadas imagens da série para que o passado dos meninos não fosse esquecido, mas, além disto, quem vai ao cinema é apresentado ao presente e ao início do futuro dos dois amigos.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Melhor Idade!

Vocês já pararam para pensar na quantidade de eufemismos com os quais nos deparamos todos os dias? O politicamente correto nos impõe conceitos que atingem as nossas construções culturais mais comuns algumas vezes, sem contar naqueles que fogem totalmente à realidade, mas não estou nem perto de querer filosofar sobre o tema.
Na verdade, a idéia deste texto me ocorreu quando vi hoje um tal Centro de Atendimento às pessoas de Melhor Idade oferecido por uma faculdade particular da cidade. Obviamente, o termo é muito legal, bonito até, mas pensemos sobre a realidade das supostas pessoas que estão na melhor idade.
Não é novidade para ninguém a situação em que se encontram os idosos brasileiros. Estão fadados a constrangimentos realizados por suas famílias, por alguns setores representantes do Estado e por nossa sociedade. Sofrem com doenças, com rendimentos menores, muitas vezes, do que na época em que eram "ativos" (para utilizar um termo da Previdência Social). Estão muito distantes de gozarem da melhor idade.
A chegada à velhice deveria realmente representar a chegada na melhor idade, afinal, depois de tanto contribuírem socialmente, depois de terem acumulado tanta experiência, os idosos deveriam ter o seu direito ao descanso e a sua importância reconhecida, mas assim não é. Os orientais, em especial os japoneses, estão anos-luz de nós neste quesito. Eles sabem como aproveitar a sabedoria dos mais anciãos, que representam um número, cada vez maior, de habitantes por aqueles lados.
A mentalidade ocidental, porém, tem uma concepção inversa. Como Michel Foucault teorizou em seus estudos, ela criou instituições para colocar aqueles que não "servem" mais à sociedade., não se enquadram no padrão social. Entre estas instituições, estão os presídios e os asilos. Esta é a verdadeira situação da Melhor Idade. Então, ainda acham que podemos chamá-la de melhor?

domingo, 5 de agosto de 2007

Haja Preconceito!

No meu outro blog falei do preconceito que a galera do "Cansei" tem em relação às outras classes sociais. Uma das organizadoras dos protestos no Rio disse que o Bolsa-família incentiva a ociosidade, já disse lá que acho um absurdo, mas não vou repetir o tema "política" aqui.
Na verdade foi só um gancho para eu falar de outro preconceito visto esta semana e que não pode passar despercebido. Estou me referindo à sentença proferida pelo juiz de Barra Funda Manoel Maximiniano Junqueira Filho. O juiz tinha a incumbência de julgar o processo aberto pelo jogador do São Paulo Richarlyson contra o cartola palmeirense José Cyrillo Júnior que em um programa de televisão afirmou que Richarlyson era gay. O jogador classificou como levianas as declarações de Cyrillo.
Obviamente que o juiz tinha todo o direito de achar a queixa-crime procedente ou não, mas o que se viu na argumentação utilizada pelo juiz para justificar a sua decisão foi uma série de preconceitos contra os homossexuais. O juiz não se baseou em nenhum princípio jurídico, mas sim, no seu ponto de vista sobre o que ele acha ser procedente ou não na prática do futebol. Leiam algumas das opiniões do juiz: "Se fosse homossexual, melhor seria admiti-lo, ou omitir. Nesta hipótese, porém, seria melhor que abandonasse os gramados"; "Quem se recorda da Copa de 70? Quem viu o escrete de ouro jogando, (Pelé, Tostão...). Jamais conceberia um ídolo homossexual"; "O que não se mostra razoável é a aceitação de homossexuais no futebol brasileiro, porque prejudicaria a uniformidade de pensamento da equipe, o entrosamento, o equilíbrio, o ideal...". Tudo isto estava na sentença proferida pelo magistrado. Se esta é a posição de foro íntimo do juiz, deveria ter permanecido assim, já que o que se espera da justiça é isenção.
Este procedimento reacende, na verdade, um debate já antigo sobre o preconceito sexual em algumas práticas esportivas, pois tanto aqui quanto em vários outros lugares do mundo, a atividade desportiva, principalmente, a coletiva, é vista como restrita à heterossexuais. Todos devem lembrar de pelo menos um caso de atletas que só assumiram as suas orientações sexuais depois da aposentadoria para não serem afastados da atividade que gostavam de fazer.
Este deveria ser um debate superado, pois o que deveria estar em jogo é o desempenho dos atletas e não a sua orientação sexual, mas sabemos como certos conceitos estão entranhados no imaginário popular por mais que muitas pessoas digam o contrário.
O Grupo Gay da Bahia e os advogados do jogador são-paulino vão entrar com recurso contra o juiz no Conselho Nacional de Justiça. Manoel Maximiniano inclusive já foi afastado do caso Richarlyson.
Vejam um vídeo que mostra que o preconceito não é só do juiz Manoel Maximiniano.

sábado, 28 de julho de 2007

Presos


Saiu no Jornal da Globo e eu tô repetindo aqui para quem não viu. Thriller de Michael Jackson sendo encenado em um presídio que agora eu não lembro onde fica.
Os reacionários podem falar o que quiserem e talvez até estejam certos ao dizer que é perigoso permitir que presidiários possam ter acesso aos pátios para dançarem, mas nada que digam impedem o fato da cena ser inusitada, engraçada. Além disso, esta medida pode colaborar sim com a recuperação dos presidiários como afirmou o diretor do presídio ao permitir o pensamento deles em outra coisas que não seja vingança ou novos crimes. Sem contar que a coreografia tá muito bem ensaiada.
Eu, sinceramente acredito em penas alternativas e na recuperação das pessoas. Lógico que nem todas, aquelas que comprovadamente não têm reabilitação estão excluídas deste meu raciocínio, porém acredito em uma outra forma de execução de penas e aplicação das leis.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Edição Especial - SEMCINE

Tudo estava indo muito bem no Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual na tarde de hoje. A mesa contava com as presenças de Edgar Navarro, autor dos filmes "Eu me Lembro" e "Superoutro", Cláudio Marques, produtor, Maria do Socorro, professora da UNEB, André Setaro, crítico de cinema e professor da UFBA e como mediador, Marcos Pierry, professor de Cinema da FTC. Foi quando, após as falas de todos, Fernando Bélens, cineasta baiano, disse que tinha lido o texto de Setaro na segunda-feira no Caderno especial do jornal A Tarde e havia ficado chocado. Segundo ele, Setaro tinha cometido erros, sendo dois deles o fato de ter chamado os cineastas baianos de mendigos dos recursos públicos do governo e não admitir que os filmes feitos em câmeras digitais são uma nova forma de cinema. Setaro respondeu, levantando um pouco a voz, dizendo que eles eram mendigos sim e ele também era e que não havia cometido erro algum e a diferenciação precisa ser feita, pois uma coisa é cinema e outra é audiovisual, tanto que o nome do seminário é Seminário Internacional de Cinema e Audiovisual. Ele ainda disse mais, que as ironias e sarcasmos que ele faz são pra suscitar o debate sobre o cinema baiano. Nesta hora, Edgar Navarro que estava rindo o tempo todo e muito controlado, contrastando da imagem que todos têm dele, se levantou e saiu da mesa por instantes. Os debates tiveram prosseguimento e uma mulher pediu para que Setaro explicasse quais são as características presentes no, segundo ele e Orson Welles, apogeu do cinema, período entre 1912 e 1962. Setaro fez menção de responder e foi interrompido por Edgar Navarro que já havia voltado neste momento.
Navarro berrava dizendo que a menina queria tumultuar o seminário, que Setaro não deveria ter sido convidado, que nada que ele diz pode ser levado a sério como o próprio Setaro havia dito(em relação à sua ironia).
Uma menina que estava pagando pau pra Setaro desde o início, começou a gritar da platéia, dizendo que Navarro era um cineastazinho entre outras coisas, Navarro não deixou por menos, mandou a menina tomar no cu, deu o dedo, uma parte da platéia começou a vaiá-lo, uma outra parte saiu da Sala Principal do TCA e a outra, eu inclusive, ficou sentada vendo Setaro calado, observando tudo e Navarro dando a bunda pra platéia(por debaixo da bermuda desta vez). Logo depois, ele se retirou da mesa.
O mediador ainda permitiu mais duas perguntas, mas o debate não teve mais como continuar.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

As Meninas de Copa


Desde que eu me entendo por gente, tá certo que não faz tanto tempo assim, mas já é mais de uma década, nunca tinha visto tamanha visibilidade das meninas de Copacabana.
Acho que desde o seriado "As Noivas de Copacabana" onde Miguel Falabela era um assassino em série, eu não recordo de tantos comentários sobre moças de Copa. Eu, no entanto, não estou falando das moças de Copacabana, mas sim das profissionais da orla sul da capital fluminense.
A repercussão sobre as meninas neste ano começou com Bebel, personagem de Camila Pitanga na novela Paraíso Tropical. A "baiana" foi pro Rio tentar uma vida melhor, mas não teve sorte, acabou fazendo o que fazia na Bahia. Terminou nas calçadas da praia mais famosa do Brasil.
Bebel, apesar do início difícil, hoje em dia, está rodeada de glamour e gente boa, mas não só do glamour imaginário, que a novela incita ao mostrar o relacionamento de Bebel com Olavo, vivem as prostitutas de Copacabana.
A face feia e muito mais real da profissão e da vida daquelas mulheres pôde ser vista esta semana com a agressão de uma delas, cometida pelo ator Rômulo Arantes Neto (este aí da foto). Rômulo alegou não ter agredido a prostituta, e disse que a prostituta quer, na verdade, aparecer. Tendo acontecido ou não, esta não terá sido a primeira e nem a última agressão, infelizmente, cometida contra prostitutas, travestis e muitas outras pessoas que "ganham a vida" nas noites brasileiras.
E para encerrar, o Jack Bauer da série 24 Horas, Kieffer Sutherland, que está no Brasil para uma campanha da Citroën, teria levado duas garotas de programa para o seu quarto no Copacabana Palace, mas foi proibido pela administração do hotel, e por isto, teve que pagar mais um quarto. É a prática perpétua do gringo em busca das meninas de Copa, da Pituba, da praia do Futuro, praia de Iracema ...

Fonte da foto: Wania Corredo/ Agência O Globo

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Finalmente o iPhone começará a ser vendido



Depois meses de espera e ansiedade. Depois de tantos comentários e divulgação e até movimentação dos concorrentes, começará a ser vendido hoje o iPhone nos Estados Unidos.
O celular (será que ele pode ser chamado assim?) da Apple poderá custar 600 dólares e se você ainda não ouviu falar nele, onde você estava nos últimos tempos? Ele já foi capa de revistas e temas para milhões de reportagens.
Segundo meu professor de Comunicação e Tecnologia, André Lemos, o iPhone vai revolucionar a forma pela qual entendemos as novas tecnologias e as interfaces gráficas.
E por quê todo este rebuliço? Porque ele combina telefonia, internet, música e vídeo. Se contar na futurística tela sensível ao toque onde ficam os ícones para o funcionamento do aparelho. Saiba mais como funciona o iPhone aqui.
Imaginem quando chegar aqui, deve fazer o mesmo sucesso do iPod. Segundo a revista Época desta semana, esta é a cartada de Steve Jobs, se for sucesso, ele mantém seu nome entre os grandes da informática, se for um desastre, fim de carreira pra Jobs.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Carreiras estréia na TV e no Cinema

Domingos de Oliveira e Priscilla Rozenbaum
Fonte: Site do Festival do Rio 2005

Carreiras é um filme que inova logo de início. Foi lançado ao mesmo tempo no cinema (na verdade o filme entra em cartaz nos cinemas nesta sexta-feira) e na televisão, sendo a primeira obra cinematográfica brasileira a se arriscar por estes caminhos. Como disse a atriz Priscilla Rozenbaum (Amores, Separações, Feminices) é perigoso, pensando-se financeiramente, fazer isto com um filme independente, mas ela e seu marido Domingos de Oliveira (Todas as Mulheres do Mundo, Separações, Feminices) resolveram arriscar e na segunda-feira, dia 18 de junho, eles estrearam no Canal Brasil.
O filme começa com uma cena em que um grupo de amigos discutem sobre qual expressão artística é melhor: o cinema ou ou teatro. Parece ser uma cena gratuita, porém, esta discussão tem uma grande relevância e serve como função metalingüística dentro da obra, já que se trata de uma adaptação teatral às telas de cinema. Carreiras é inspirado na obra "Corpo a Corpo" de Oduvaldo Viana Filho.
A história retrata a vida da perturbada jornalista Ana Laura. Ana é curitibana, mas mora sozinha no Rio de Janeiro. Ela deixou a sua terra natal para exercer este ofício e, após anos de profissão, é trocada na apresentação de um telejornal por uma jornalista mais nova. Depois disto, a sua complicada estrutura psicológica fica ainda pior e o telespectador se vê perante uma trama de questionamentos pessoais e profissionais que se desenrola no decorrer de um dia. Há, inclusive, críticas aos bastidores do jornalismo. Em uma das cenas, vemos Ana conversando com seu ex-marido Esteves e ele diz para ela sobre sua obsessão em ser apresentadora do jornal: "Âncora é um bonequinho que é colocado bonitinho em frente da câmera para dizer notícias que um repórter sério fez".
Domingos de Oliveira na construção das cenas, opta, diversas vezes, por um ponto de vista não comum. Câmeras atrás do telefone por exemplo. A utilização recorrente destes recursos passa a impressão de que, algumas vezes, poderiam ter sido evitados e foram usados de forma gratuita sem que a cena exigisse ou pelo menos encaixasse aquele determinado ponto de vista.
Priscilla, que fez a mesma personagem no teatro, convence como a jornalista perturbada que está completamente entregue às carreiras de cocaína (Daí a ambigüidade no nome do filme, Carreiras, por tratar da carreira jornalística da Ana Laura e pelo fato dela ser viciada em pó). Por esta interpretação, Priscilla que possui uma consolidada carreira teatral, ganhou o Kikito de melhor atriz no ano de 2005.
Carreiras é uma boa história, uma obra independente e inovadora do ponto de vista comercial, não do ponto de vista da linguagem. Domingos de Oliveira conseguiu com os parcos 35 mil reais construir uma história com início, desenvolvimento, clímax e desfecho muito bem delimitados.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Sete Pecados é lançada no Second Life


Além da novidade de ser a primeira novela de Walcyr Carrasco nas 19 horas e com uma narrativa moderna, Sete Pecados inovou também na campanha de divulgação.
Desde o início da semana, está sendo montada no Second Life uma estrutura onde acontecerá a festa de lançamento da novela no próximo domingo. Quem quiser participar, deve ganhar uma camisa colorida com um dos sete pecados capitais e comparecer às 19 horas na Ilha Berrini.
A festa, porém, não é a única estratégia de divulgação, o avatar(a forma em que aparecem os moradores do Second Life) do autor Walcyr Carrasco estava ontem na Ilha e ele participou em uma espécie de coletiva para outros avatares de pessoas interessadas pela novela e alguns convidados pela emissora carioca.
Quem ainda acha que o Second Life é brinquedo tem que correr para não ficar de fora na mais nova tendência comunicacional do momento. O Second Life já virou alvo de partidos políticos como o Democratas e grandes empresas como a Petrobrás.

Na foto estão meu avatar e de outras pessoas. De azul, sentado, é o avatar do autor de novelas Walcyr Carrasco.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

A Pedra do Reino


A ansiedade finalmente teve o seu fim ontem. Eu, noveleiro convicto, corri para chegar em casa e ver a adaptação do mais importante livro do autor Ariano Suassuna segundo ele mesmo.
Não me arrependi da corrida, o primeiro capítulo da série parecia ser uma pintura em movimento, cores fortes, cenário nordestino com nuances da realidade da região, mas também com traços indicativos que aquilo é sim, um cenário.
Com este desapego em mostrar elementos completamente naturais, como animais de verdade, Luiz Fernando Carvalho valoriza a imaginação dos telespectadores e leva a atenção deles para a atuação dos atores. Em sua maioria, nordestinos, com os sotaques característicos e não aqueles arremendos forçados que vemos em alguns trabalhos daquela mesma emissora. Outra questão importante no trabalho dos atores é a informação que eles passaram por uma oficina para minimizar os seus trejeitos e fossem para quase um estágio natural e a partir daí pudessem ser lapidados pelo diretor. Luiz Fernando se aproxima do teatrólogo russo Constantin Stanislawsky que defendia o personagem como segunda natureza do ator. Luiz minimiza a primeira natureza dos atores para que eles encarnem os seus personagem como sendo eles mesmos.
A Pedra do Reino vem para se juntar à Hoje é dia de Maria I e II, outras produções do autor, numa espécie de reinvenção das microsséries globais. Como disse Patrícia Kogut do O Globo, Luiz Fernando criou uma nova linguagem com estes trabalhos. Por mais que se imagine a dificuldade que alguns telespectadores podem ter em acompanhar a narração não convencional que fica entre o passado, o presente e a mente do narrador Quaderna, é necessário haver espaço para experimentações nos meios de comunicação brasileiros.

Na foto: Luiz Fernando Carvalho e Ariano Suassuna.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Estas Mônicas

Ô nomezinho... Parece ter sido feito para meninas invocadas e causadoras de problemas. Que me desculpem as Mônicas.
Mas vejam só, qual é o nome da baixinha, gorducha, dentuça e invocada criada pelo Maurício de Souza? Mônica.
É, e as ocorrências com este nome não param por aí. Todos sabemos das confusões em que se meteu o presidente do Senado, o senador pelo PMDB de Alagoas, Renan Calheiros. Segundo a revista Veja (uma revista com grande credibilidade, por não inventar nenhuma notícia, vide Ibsen Pinheiro e dólares de Cuba), Renan recebeu dinheiro de um amigo seu que trabalha na empreiteira Mendes Júnior para pagar contas pessoais. No meio destas contas, uma pensão de uma filha sua fora de seu casamento. Qual é o nome da mãe da filha de Renan? Mônica Velloso, ex-apresentadora do DF-TV da Rede Globo.
Ahhh... Vocês devem ter pensado que eu peguei apenas dois exemplos para comprovar a minha tese, hein? Por acaso, vocês lembram o nome da estagiária que foi pega com a boca na butija (literalmente) lá nos Estados Unidos e foi uma das causas responsáveis pela vitória do Partido Republicano?!? Monica Lewinscky. Sim, sim, Mônica, mais uma...
Políticos prestem atenção, nada de Mônicas. Governador José Serra, cuidado com a sua Mônica Serra. Eu não digo é nada.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Como identificar "Gente Bonita"


Aos meus amigos "gente bonita",

Atendendo aos pedidos de um amigo meu, Breno Fernandes, que me disse ter tentado várias vezes descrever este fenômeno social denominado "gente bonita", é que eu escrevo o post de hoje.
Aposto o quanto vocês quiserem que todos já escutaram a expressão: "No show de hoje só vai dar gente bonita". Pois é, "gente bonita", meus caros soteropolitanos, é aquela galera que freqüenta as boates Dòlce e Lótus, as mais badaladas de Salvador. É aquele pessoal, em sua maioria, marombado e formado por patricinhas aficcionadas em academia, salão de beleza e shoppings(Barra, Iguatemi e, agora, Salvador Shopping) .
No verão, é fácil demais encontrá-los. É só ir à praia do Porto da Barra(entre 10 e 17 horas), ou então ao Yacht Club da Bahia(qualquer horário). Não acredito que vocês foram e não encontraram nenhum espécime com esta descrição, olhem melhor, mas se não acharem, talvez por estar chovendo, peguem a Estrada do Côco, rumo às praias do Litoral Norte: Praia do Forte(PF), Guarajuba, Interlagos(não é praia, mas conta), Encontro das Águas(Paraíso de Zuleido e Companhia). Com certeza, vocês vão achá-los aos montes nestes lugares.
Mas como eu sou gente boa, vou ajudar ainda mais na identificação deste povo. Na "Estação do Sol", esta mesma galera faz a maratona do Axé. Não é a corrida que acontece todo ano em Ondina, mas sim, os shows que começam com o Bonfim Light(janeiro) e terminam com a festa Abre Alas(fevereiro), última festa antes do carnaval. Parece ser um período pequeno, mas acontecem, em média, 5 grandes festas mais alguns shows pequenos e ensaios nesta época do ano.
No carnaval, eles se espalham, uns saem no bloco Balada, outros no Harém, outros no Nana, alguns de Gandhi, mais alguns nos camarotes. Carnaval não é um bom lugar para a identificação, porque eles se espalham por muitos lugares. Contudo na volta para casa, são todos iguais. Eles voltam ou de táxis ou de carro(mesmo entorpecidos por lança, álcool, etc). Imaginem se eles pegam ônibus. Claro que não! Sem contar que boa parte mora por ali mesmo perto dos circuitos.
No São João e no réveillon, a localização deles é certa, vão todos para o mesmo lugar. As cidades do interior ficam entupidas de mauricinhos e patricinhas made in Salvador.
Em Salvador, eles são deste jeito, mas não devem ser muito diferentes no Rio e em São Paulo. No Rio, eles devem freqüentar as "micaretas" mais caras, são aqueles que, morando na Zona Sul, vão pros barzinhos e boates mais badalados da Zona Sul e, morando da Barra, freqüentam os barzinhos e boates mais badalados da Barra.
Em São Paulo, são os filhos de Alphaville, Morumbi, Jardins, compradores da Daslu de dona Eliane. Por falar nisso, no que deu o processo dela? Nunca mais ouvi falar nada sobre este assunto. É melhor deixar quieto, porque "gente bonita" tem dinheiro, o que resulta em ter influência. Vai que tiram meu blog do ar. Nunca se sabe!

P.S: Pessoal, desculpem pela atualização não ter acontecido na quinta-feira.

Na foto, vocês vêem a vista aérea de Guarajuba, um dos paraísos de "gente bonita". Fonte da foto: Bahia-Investments.com

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Salvador Shopping!


Enfim, depois de quase um mês da data inicialmente prevista para a inauguração, o mais novo shopping da cidade abriu as portas na última terça-feira, dia 22 de maio. O shopping teve a sua estréia em terras baianas adiada por causa das chuvas do início de ano na cidade e por causa da greve dos construtores civis de Salvador. Pois bem, depois desta breve introdução, vamos ao que interessa. Não teve nenhum fato que tenha repercutido mais em Salvador do que a abertura do novo centro de compras, talvez o caso da Operação Navalha tenha concorrido pau-a-pau, mas mesmo assim, eu tenho minhas dúvidas.
A cidade, literalmente, parou. Os engarrafamentos, já habituais naquela região da cidade, ficaram piores. A quantidade de gente arrumada, com gel nos cabelos, usando as melhores roupas não tava no gibi. Foi um tal de menino segurando bolinhas da inauguração da Riachuelo que eu não contive o riso dentro do ônibus enquanto estava voltando para casa.
Eu, claro, não poderia me deixar levar por tal impulso e acabei indo conferir o novo shopping apenas hoje. Com o pretexto de comprar um livro, eu e minha amiga Larissa fomos desbravar a nova sensação da capital baiana. Pretexto mesmo, não minto.
O público é diversificado, apesar de não ter nenhum piso popular como o primeiro piso do Iguatemi. Há a predominância da chamada "gente bonita" - leiam em tom pejorativo mesmo -, principalmente, por causa dos estudantes da Unifacs ali perto e pelo fato do shopping ser do lado da Avenida Tancredo Neves.
A estrutura impressiona. São três pisos, como a maioria dos shoppings da cidade, mas o material usado nos pisos, escadas é diferente de todos os outros. A iluminação é outra coisa a ser destacada, o teto permite a entrada de luz solar que se espalha pelas regiões centrais, o que, com certeza, vai contribuir com uma economia expressiva de energia.
Falando em economia, parece que o Salvador Shopping quer ter a marca de shopping ecológico, a descarga é à vácuo, o que, segundo dados do centro comercial, colabora com a economia de quase 90% de água. O banheiro é como todo banheiro de shopping, a diferença está na pia de mármore que não tem ralo e no trequinho de sabonete, automático neste caso.
As caras das pessoas merecem ter destaque especial neste texto. É um tal de olhar pro teto, fazer cara de tabaréu, chega a ser engraçado. E o melhor é quando as pessoas encontram com gente conhecida e fazem cara de: "Ohhhh! Você também veio conhecer, que coincidência! Sim, sim, eu não podia perder. Sabe como é". É hilário.
O shopping é amplo. E esta característica vem assim destacada, pois há contras e prós nisto. É legal pelo fato das pessoas se espalharem, nenhum lugar fica entupido de gente, mas é ruim quando você tem que voltar pra aquela loja que você viu logo no início. Aí nem as esteiras, escadas rolantes e elevadores podem ajudar.
Não vou mentir que eu estou impressionado, a Saraiva Megastore atendeu às minhas expectativas de ter um espaço daquele em Salvador. Não sei se foi deslumbramento, mas enfim. Aos queridos amigos de esquerda, eu não sou alienado por inteiro, só pela metade. Mas enquanto o socialismo não vem, recomendo uma ida ao Salvador Shopping. Se quiserem, podem comer torta com café gelado. Muito bom!

Fonte da imagem: www.salvadorshopping.com.br

sábado, 19 de maio de 2007

Eterna Magia!

Lá vou eu comentar as novelas pela primeira vez aqui e, começo pela estréia da semana. A novela global das seis horas, Eterna Magia.
A novela que estreou segunda-feira é escrita por Elizabeth Jhin, co-autora de Começar de Novo, O Beijo do Vampiro, Vila Madalena entre outras. Esta é a primeira novela em que ela é a autora principal, mas apesar disto, o texto dela tem a supervisão do já consagrado Sílvio de Abreu.
A novela tem se mostrado interessante nesta primeira semana, diferentemente da insossa O Profeta, que não conseguia me cativar de jeito nenhum. O enredo trata a questão das valentinas, lenda(ou não) da cultura celta, e como estas mulheres estão vivendo na cidade mineira de Serranias no final da década de 30. Além da tradição irlandesa, estão presentes todos os itens esperados em uma novela, o triângulo amoroso, os vilões(Cássia Kiss é uma das vilãs e está emprestando o charme inerente da sua personalidade à personagem), a ala engraçada. Enfim... Bem kitsch esta minha observação, mas é o que constrói a estrutura narrativa de qualquer novela. Até nas novelas do autor João Emanuel Carneiro esta arrumação básica se apresenta(que vai pro horário das 21 horas- Horário Nobre da Globo). E olhe que elas são consideradas inovadoras nas narrativas.
A direção de Ulysses Cruz (a primeira novela que ele dirigiu foi Estrela Guia, eu sei que eu poderia ter omitido porque Sandy era protagonista, mas deixem de coisa que a novela nem era ruim) é outro ponto a ressaltar. Os planos escolhidos e a atuação dos atores demonstra o trabalho bem feito do diretor. Nesta primeira semana, porém, o destaque do elenco não é nenhum dos protagonistas, Malu Mader(Eva Sullivan), Thiago Lacerda(Conrado O'Neil) e Maria Flor(Nina Sullivan), mas sim a veterana atriz Irene Ravache. Ela está fazendo o papel da mãe abandonada(ela é mãe de Conrado) pelo marido(Papel feito por Osmar Prado) e taciturna com uma atuação impecável, muito diferente da alegre Katina de Belíssima. O que demonstra o profissionalismo da atriz em sair de um pólo dramático para o outro.
Eterna Magia pode ser mais um sucesso do horário das 18 horas, a tarefa é fácil tendo como antecessora imediata O Profeta, mas é difícil se for comparada aos grandes sucessos do horário: as novelas de Walcyr Carrasco, O Cravo e a Rosa e Chocolate com Pimenta. Por falar em Walcyr, ele é o autor da próxima novela das 19 horas, Sete Pecados. A emissora carioca vem com diversas alterações em sua escala de autores para este ano.

Novo Começo! - Mais uma vez...

Juro que esta é a última troca de endereço deste site. O blogspot está anos-luz na frente do weblogger e Google é Google querendo a gente ou não.
Depois desta pequeníssima introdução, eu re-publico o último post do blog que se vai hoje. Na verdade, ele estará aí, mas a partir de hoje, é aqui onde vocês encontrarão meus textos sobre todos os assuntos, menos política.
Abraços,
Manuca Ferreira
www.pitacosdomanuca.blogspot.com
www.maispitacos.blogspot.com
 
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